sábado, 16 de abril de 2011

Amar o próximo

Penso, pelos últimos acontecimentos vistos na mídia, que o ser humano, diferente de outras espécies, é o único ser que não se contenta apenas com a sua vida. Quer a vida dos outros. E isso pode ser discorrido nos mais diferentes sentidos: o outro tem que pensar nele ( afeto, afeição); aquilo que o outro possui ou a forma como vive ( modelo idealizado); a opinião do outro ( aceitação) e até a vida propriamente dita: você não me vê, então te mato. Você me vê de uma maneira que não gosto, eu te mato também. E essa morte deixou de ser metafórica, é agora uma maneira de discordar, de se mostrar ou de ter aquilo que se pensa ter direito. Tudo na marra. “ Amar o próximo como a si mesmo”... Acho que ninguém mais ama a si mesmo o suficiente, pois o coitado do próximo está tão carente e desesperado, que nem seu amor próprio o salva. Talvez se estivéssemos em dia com o nosso amor próprio não precisássemos pagar um preço tão alto aos olhares, cuidados e opiniões alheios. Não nos arriscaríamos tanto em iniciativas infrutíferas e não estaríamos preocupados em ser um modelo de contestação ou de aceitação para preencher as expectativas que não são nossas. E acredito, não precisaríamos ser notados a qualquer preço. Não podemos dar o que nos falta, só aquilo que nos sobra pode ser oferecido. E por aquilo que presenciamos à nossa volta, o que há a ofertar é agressividade. Uma violência que parece já vir de berço. Uma violência que excede, transborda e atinge todos os próximos e os distantes também. Uma doação massiva daquilo que está latente em grande parte das pessoas e que só espera a hora de vir à tona. E a justificativa é: o próximo não Fez a sua parte, e eu não fiz a minha – amarmos a nós mesmos o suficiente.

Um comentário:

  1. ACREDITO que existam pessoas bem resolvidas afetivamente (onde estão?) e principalmente se aceitam com suas capacidades e dificuldades, porém é tão dificil nos rodearmos desses SERES que acabamos sempre nos cercando e absorvendo somente os aspectos negativos de nossos relacionamentos pessoais ou profissionais...
    VIVER/SOBREVIVER é muito difícil, pois isso requer um grau de maturidade/abstinência/cooperação/integridade/amor próprio que nos dias atuais não é são explorados por nós "humanos"...
    É difícil não se abater diante de olhares/palavras/gestos/mesquinharias de outrem, porém quando se têm "algo mais" a se buscar/viver tudo torna-se muito passageiro...
    Que DEUS nos ABENÇÕE em cada decisão/gesto que utilizamos, pois sem estrutura emociona/fé/tesão pela vida TUDO fica muito mais DIFÍCIL...
    Bjossssssssssssss

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